1/31/11

Do suor do amor.

Não fraquejei.
Escorri feito leite fervido esquecido ao fogo. Quente.
Arranquei qualquer suspiro feito ar rarefeito. Leve.
Fiz-me gota densa e segura, capaz de correr, capaz de voltar a ser.
Tudo pelo desenho limpo e branco do corpo.
Na cama, dona da estampa de cada gesto ou cada parte em repouso, dona dos suspiros e gargalhadas, dona do carinho e da depravação. 
Na cama, palco do teatro mais confuso, da entrega e da doçura, palco do vendaval e da calmaria.
Na cama, não fraquejei. Escorri.
Eu, o suor do amor.

2 comments:

luiz gustavo said...

"...sem rédea
a lágrima amarga
se desnuda em vértebra..."

Selma Peres said...

Adorei o haicai!


"Abençoados os que esquecem, porque aproveitam até mesmo seus equivocos"- Nietzsche