5/6/05

Uma palavra portuguesa...

Hoje acordei assim...
percebendo no tempo o arrastar das folhas. Uma poeira densa cobrindo a estrada e o meu corpo, imóvel, ao mesmo tempo. Vazio infinito tomando conta dos meus medos como se eles fossem criança e nenhum consolo para afagar minha alma, inquieta, que brinca de ficar parada na ausência do amor que viaja.
No pouco espaço que antecede as horas reluto fazer uso de palavras tristes, observo as comissárias de bordo com seus falsos sorrisos e suas falsas vozes e suas falsas peles, a agonia das pessoas ao redor que paralisa meus desejos mais secretos, as luzes que alteram a cor dos olhos. Continuo sem fazer uso de palavras tristes... serão apenas sentidas; entre elas a mais estúpida de todas, a mais dolorosa, aquela palavra que não cabe no mundo porque ele a desconhece, nas mais vastas traduções. Um oceano cheio dela, da palavra, a mais bonita, a mais triste. Saudade.

3 comments:

Briza said...

Tão bem que eu conheço essa palavra... Ela nasce grudada na gente, né?
=*

Selma Peres said...

Nasce, Bri... grudada e muito!

Briza said...

E num solta mais é nunca!
Vixe...


"Abençoados os que esquecem, porque aproveitam até mesmo seus equivocos"- Nietzsche