4/27/10

Ponteiro desapontado.

Sou tempo passando...
Não paro. Sou ponteiro de relógio. Sou água de rio. Meu cavalo não tem rédea nenhuma.
Sou tempo passando...
Aposto em meu vacilo-cego porque meu acerto sempre erra.
Sou tempo passando...
Sou barco amarrado numa ilha deserta, com corda velha e roída pelo tempo, em leves balanços cuja maior distância a percorrer é um pra cá e um pra lá.
Sou tempo passando...
Cidade pós-terremoto. Caótica, indisciplinada, desajustada.
Sou tempo passando...
Sou tempo passando...
E quando apago a luz vejo que o dia de amanhã será exatamente aquele igual a outro e o dia que passou foi exatamente aquele igual a outro... Onde mesmo foi parar o dia de hoje?!
Sem você não existe! Acabo morrendo! E no meio da tormenta em que me encontro você, que era o meu porto seguro, a minha tranqüilidade futura, minha vida, já não me quer mais...
Nada pode ser mais doloroso!
Lá se vai a vida! Sem nós dois de mãos dadas!

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"Abençoados os que esquecem, porque aproveitam até mesmo seus equivocos"- Nietzsche